Blog de Opinião de HENRIQUE DIAS PEDRO; Normalmente às 3ªs. feiras
Terça-feira, 24 de Julho de 2007
Estágios Obrigatórios

Este artigo foi publicado pela primeira vez no blogue “O Tripé” em 26 de Fevereiro de 2007.

O Tripé passou recentemente a Fabulário.

Republica-se agora na íntegra em “A Muralha”.

Estágios Obrigatórios

 

Consta que as próximas eleições vão ser em 2009.

Se não houver nenhum entrave pelo caminho Portugal vai continuar a prosperar nos próximos dois anos com evidentes sinais de forte recuperação económica, taxa de desemprego zero, aumento das exportações e a balança comercial a respirar saúde.

O défice orçamental não ultrapassará os 3%, e o nosso país será usado como exemplo a seguir em matéria de desenvolvimento económico e social.

2009 será portanto o ano do nosso orgulho europeu e poderemos finalmente olhar com sobranceria os nossos vizinhos ibéricos acabando de vez com essa coisa terrível de ter andado anos a fio a elogiá-los com um nó a chatear-nos o estômago.

Seremos finalmente um país desenvolvido.

Alguém se atreve a adivinhar quem ganhará as ditas eleições?

A PT terá já sido comprada pela Sonaecom, e para além do Santander também a Telefónica deterá a maior parte do bolo de tal aquisição.

Os portugueses vão passar a pagar menos impostos, e o índice médio dos salários subirá de tal modo que as estruturas sindicais vão ter de encontrar outras formas de luta capazes de salvar as espécies marinhas em risco de extinção na Baixa da Banheira.

A energia eólica será o grande boom da nossa autonomia energética, e a Caixa Geral de Depósitos será objecto de uma OPA hostil promovida por um banco a criar nestes dois próximos anos.

Estarão já em fase adiantada os projectos da OTA e do TGV, e a ponte 25 de Abril mais a ponte Vasco da Gama terão já a companhia de uma terceira ponte em fase adiantada de projecto.

Entretanto o Banco Central Europeu terá já mudado a sua sede para Portugal, sobretudo em resultado do enorme sucesso da Presidência Portuguesa da União no segundo semestre de 2007, e os habitantes de Olivença finalmente respirarão de alívio com a sua previsível integração no território português.

Fez-se uma pequena remodelação no Governo mais por razões de cosmética política, e nasceram novas grandes empresas industriais com tecnologia de ponta para sectores de actividade até agora sujeitos à tirania das importações.

A União Europeia chegou finalmente a um consenso quanto à integração da Turquia, e o mundo islâmico fica sem saber qual dos seus estados vai passar a servir de tampão entre uma potencia declaradamente unida e abrangente e o fundamentalismo.

A agricultura portuguesa renasce para patamares empresariais de grande porte, sendo o sustentáculo do fornecimento de todo o mercado nacional, e conseguindo ainda assim cumprir todas as directivas europeias.

O Procurador Geral da República declara o fim do processo Apito Dourado com a condenação de vários implicados.

Mantém-se entretanto o impasse no processo Casa Pia devido a uma intrincada teia de mecanismos processuais.

A Bolsa de Lisboa transforma-se numa das maiores do mundo e  o Governador do Banco de Portugal anuncia com pompa e circunstancia o fim da “crise”.

São fundados dois novos partidos políticos, um à esquerda outro à direita, que rapidamente se tornam fortíssimos concorrentes às eleições legislativas disputando taco a taco o eleitorado do até então todo poderoso bloco central.

 

Um momento…

 

Ao que parece a coisa em Itália está complicada.

Romano Prodi, primeiro ministro depois de ter sido presidente da Comissão Europeia (onde é que já se viu coisa parecida?) pediu a demissão.

São sempre os mesmos hem?!...

Só faltou o Jacques Delors chegar a primeiro ministro ou Presidente da França. A coisa chegou a estar pensada.

Assim um pouco à moda do dono da actual brigada do reumático portuguesa (ver artigo dos tempos em que Mário Soares pensava que era D. Sebastião).

Durão Barroso?

Ah…pois…parece que…

Mas a Itália…

Pode não parecer mas a Itália é um dos países inspiradores do “Tripé”, seja pelas boas ou más razões, e manifeste-se em simples opinião ou como fábula.

Lentamente a coisa vai-se clarificando…

 

Bem…mas daqui a dois anos, e com o nascimento de novos partidos políticos, vamos rever Durão Barroso candidato a primeiro ministro?

Para ganhar o eleitorado ao centro não será decerto nas fileiras do PSD.

 

Será Paulo Portas?

Para ganhar não será decerto pelo CDS.

Marques Mendes viajará até Bruxelas para um  estágio de quê?

Ou será que o canhoto caderno assume o poder?

Para gerir o capital resultante do desenvolvimento económico?

 

O grande sinal de mudança é ver Herman José dono da SIC.

Belmiro de Azevedo a converter Jerónimo de Sousa.

Fernando Seara presidente do Benfica.

Também já será tempo de João Soares voltar à ribalta.

Carolina Salgado será presidente da comissão de protecção de todas as mulheres, com ou sem aborto, e terá José Veiga como primeiro sócio honorário.

 

Contrariando todas as previsões será a Padeira de Aljubarrota eleita como a maior portuguesa de sempre, e não haverá mais sem-abrigo neste recanto ibérico.

 

Falta saber uma coisa…

E Alberto João Jardim?

Esse continuará Presidente da Região Autónoma da Madeira, por muito que isso custe aos nossos “intelectuais” da política.

Se há algo de que ainda vale a pena falar a sério neste país, e que é ocultado da informação à maioria dos portugueses, é que Portugal tem um sítio onde governar para o povo é coisa levada a sério, e onde a qualidade de vida salta a olhos vistos, não sendo miragens nem figuras de retórica.

Podemos criticar o estilo, às vezes truculento e pouco ou nada “politicamente correcto”.

Mas que há obra feita, lá isso há.

A Madeira deveria ser um local de estágio obrigatório prolongado para a maioria dos nossos políticos.

Talvez assim as fantasias do início deste texto pudessem transformar-se em realidade.

 

Na ordem lógica das coisas só voltaremos a votar em 2009.

Até lá continuará tudo na mesma.

A não ser que Mário Soares se lembre de voltar a candidatar-se seja ao que for.

È que assim não ficaria tudo na mesma. Pois não…seria pior.

 

Valha-nos o “Gato Fedorento”: eh pá não mexas mais!

Responderá Alberto João: “Pudera…”

 

Henrique Dias Pedro

"A Muralha" entra em período de férias.

Regressará em Setembro.



publicado por H.Dias Pedro hdp às 00:03
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